MARCAS REFORÇAM CONEXÃO COM O PÚBLICO POR MEIO DE INFLUENCIADORES

Vivemos uma era descentralizada, onde protagonizamos a criação do que queremos que exista. Basta entender a essência do digital, o fato de ser uma rede distribuída, com diferentes nichos e comunidades.Todos somos criadores de conteúdo em algum nível, seja direta ou indiretamente. Portanto, surge toda uma indústria ao redor disso. Os influenciadores entram nesse universo como pessoas que nos dão acesso à seus respectivos nichos e públicos. Através de sua credibilidade, consegue-se uma aproximação dos targets com que se quer conversar, e como consequência do trabalho de criação de conteúdo, se estabelece um papel de influência.

A RELAÇÃO É OUTRA 

Para compreender as mudanças, basta traçar um paralelo dos contextos e os fatores que atuam em cada um deles. Antes, tínhamos agências, produtoras e garotos propagandas, com relações hierárquicas e entregas separadas. Agora as premissas das relações são outras: o influenciador empresta sua credibilidade para que a marca a use para seus objetivos. É um processo colaborativo e com geração de percepção de valor para ambas as partes, um processo de cobranding. Todavia, a relação entre creators, agências, marcas e público, ainda é muito imatura. É algo incipiente, que
ganha corpo e abre novos precedentes conforme o comportamento das pessoas e do mercado se molda frente à esses novos paradigmas. Bons profissionais já conseguem precificar o que fazem. Estabelecem uma relação que considera e cruza diversas informações: se vai ter ou não exclusividade
(que custa caro); diário de produção; seguro de equipamento; criação; comissão; área de RP e percepção de valor de marca (o que é subjetivo). Se observarmos esse profissional como criador de conteúdo, deixa-se de classificar como um investimento simplesmente de mídia. O entendimento de
atuação passa a ser outro, que sem dúvida valora a área. Tanto as agência quanto outros atuantes da comunicação, estão se redescobrindo, se renovando, pois são muitos os desafios. Bia coloca que é sensato para qualquer parte, unir as inteligências conforme suas respectivas expertises. Seja entre
agências, marcas e empresas especializadas em influenciadores digitais, ou mesmo diretamente
entre essas empresas e as marcas.

O processo de produção e transmissão também mudou. Por um lado, as marcas têm um cuidado bem maior com o conteúdo que é ou não aprovado, pois reconhece as demandas do consumidor. Por outro, a veiculação do conteúdo se aproxima cada vez mais de um formato streaming, com relações mais diretas e transparentes, em tempo real.

O desafio está em definir estratégias que evitem possíveis desastres, pois por ser em tempo real, as remediações ficam mais difíceis. Torna-se claro, a partir disso, a importância de um bom planejamento e mapeamento dos profissionais que se envolverão com a marca. Diretrizes e orientações consolidadas e coerentes também são fundamentais para garantir um bom conteúdo.

Amo o conteúdo ao vivo! Pois é uma catarse emocional para muitas pessoas e simultaneamente. Estamos saindo da era das coisas rasas e entrando em um momento onde começamos a valorizar o engajamento real. – destacou Bia. 

Desde que hajam critérios bem definidos para seleção dos influenciadores, a margem de erro será pequena. É importante considerar o quão coerente vai ser a tentativa de conexão com o público alvo. As pessoas estão buscando por relações cada vez mais humanas, sinceras e transparentes. É uma troca, e a descentralização possibilitada pelo mundo digital, torna ela ainda mais justa. Se a entrega pender para um lado, as pessoas notam e param de retribuir, retiram a credibilidade de diferentes formas, em ciclos quase que imediatos.

Quanto mais tentar disfarçar o cunho comercial da relação do influenciador com a marca, pior vai ficar. Por isso, é ainda mais importante que a conexão seja genuína e autêntica. – Laura Barros

Portanto, a entrega tem que ser genuína. Fica evidente quando não há fit e sinceridade na relação proposta, o que prejudicará a percepção de imagem da marca e também do porta voz envolvido.

Para encerramento, um adendo advindo da vice-presidente da Gallo:

A diferença entre macro e micro influenciador depende do nicho em questão. O número de seguidores não importa, para julgar a pertinência da escolha de determinado criador de conteúdo,
se deve entender quão próxima é a relação com cada um de seus seguidores. E a partir dessa relação, fazer a comparação para saber o quão pertinente é a escolha.

Tudo se resume a uma palavra: colaboração. É uma via de mão dupla em toda e qualquer relação
dentro desse ecossistema. As marcas com assets e esforços, os influenciadores com a voz e a
credibilidade, e as empresas de comunicação com a inteligência de fazer as articulações em benefício
de ambos.

Frente à tantas mudanças frequentes e diferentes possibilidades na mesa, fica claro que esse é um
universo de experimentação. Mas vale o risco! Em cenários onde onde existem diferentes targets que
demandam diferentes formas de comunicação, era quase impossível e muito custoso para uma
marca direcionar mensagens a cada uma dessas segmentações. Agora não é mais!